quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A entrevista - parte I

Preparei-me o melhor que sabia para deixar um homem louco. Com classe, sem revelar demasiado, mas incrivelmente sensual. Depois de tomar banho, vesti-me lentamente, apreciando ao espelho o efeito que cada nova camada de roupa criava no meu corpo.

Adorava sentir a renda e a seda na minha pele, o meu próprio perfume, a cor do baton...

O Professor foi-me buscar e, também ele, estava deslumbrante. Pensei que, se as coisas corressem mal com o amigo dele, poderíamos foder a noite toda.

Deslumbrante era também o hotel onde foi o encontro.

Esperamos uns 15 minutos pela chegada de Bernardo, assim se chamava o amigo. A noite tornava-se perfeita. Bernardo era daqueles homens que deixa qualquer mulher carregada de choques electricos.

Alto, com um corpo incrivelmente esculpido e o ar confiante, mas não arrogante, dos homens bem sucedidos. Impecavelmente vestido, perfume discreto mas arrebatador. Definitivamente, um homem que nunca na vida precisaria de pagar para ter sexo.

A sua voz era tranquila, clara e durante o jantar falamos apenas de trabalho. O Professor ouvia. Foi um jantar descontraído, mas ao mesmo tempo profissional. De forma alguma, aquele homem deixava transparecer que procurava, naquela noite, algo mais que uma relação laboral.

Após o café, não me surpreendeu que, muito educadamente, me pedisse para não fumar junto a ele. Tinha ar de quem cuida do corpo, da saúde. Começava a ficar confusa, pois estava à espera de outro tipo de homem.

- Marta, calculo que o Professor lhe terá explicado que esta não é uma entrevista de emprego normal...

- Sim, mas até agora, tirando o facto de estarmos a jantar num Hotel de 5 estrelas, é o que está a ser.

- Exacto, tem razão. Mas eu gosto de organizar os assuntos. Poderemos, então, subir até à minha suite?

Para meu espanto, o Professor acompanhou-nos. Não trocamos uma única palavra no elevador.

A suite estava iluminada com uma luz ténue, mas que deixava antever uma decoração sóbria e elegante. Havia champanhe, Bernardo serviu-nos.

- A Marta tem o perfil que procuro para a minha empresa. Mas, a pessoa que eu procuro, terá que ter outras skills...

- Tais como?

O Professor sentou-se num cadeirão, bebendo calmamente o seu champanhe. Bernardo pousou a flute e aproximou-se de mim, sem que o seu olhar largasse o meu. Conduziu-me pela mão até à janela, colocando-se por trás de mim.

Sentia agora o seu perfume, cada vez mais inebriante. Lá fora as luzes da cidade, algumas pessoas na rua, carros que passavam.

Os seus dedos levantaram-me subtilmente o vestido, com os polegares a contornarem-me as nádegas. Ao mesmo tempo, senti os seus lábios contornarem-me o pescoço. Queria beijá-lo...beijá-lo intensamente, mas o seu corpo já me prendia contra a imensa janela. Senti o meu fio dental de renda e seda deslizar pelas pernas até aos tornozelos. Gemi. O vestido subiu de novo. Os dedos de novo... Todo o meu corpo estava arrepiado. Nunca tinha sido tocada assim. Toda eu era tesão, estava prestes a explodir. Mas aquele homem dominava e controlava o meu desejo.

Senti o mel do meu corpo deslizar para o exterior e os seus dedos deslizarem para o interior de mim. A partir desse momento, o meu transe foi total, até atingir um orgasmo curto, mas intenso, provocado apenas pelos dedos e pelo respirar da sua boca junto à minha.

- Não te vires... - disse ele.

Aguardei. Submissa, mas ansiosa por mais... Precisava de mais, queria mais. Mas eu sabia, que teria que dançar ao som da sua música. A noite estava apenas a começar e sentia que seria uma noite de descoberta de novos prazeres...